COMUNICAÇÃO ENTRE GERAÇÕES: A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NAS EMPRESAS FAMILIARES
Por Patrice Gaidzinski | em Novidades .

A expectativa de vida das pessoas está cada vez maior. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1940 a 2016, a longevidade dos brasileiros aumentou em mais de 30 anos e hoje é de 75,8 anos. Este aumento na longevidade, além de influenciar diversos aspectos da organização da vida das pessoas, também está influenciando na carreira profissional. As pessoas estão com uma vida profissional mais extensa, e por consequência, os grupos de trabalho tem sido cada vez mais heterogêneos em termos de idade.
No universo das Empresas Familiares, esse movimento acontece há muito tempo. Desde muito novos os filhos começam a trabalhar com os pais, o que gera uma diferença significativa de idade e gerações. Neste sentido, sabe-se que sempre foi importante e fundamental, uma comunicação clara e objetiva entre os membros da família, pois os conflitos entre as gerações se fazem presente.
No dia a dia das empresas, divergências de pontos de vista e questões emocionais são fatores que frequentemente prejudicam a comunicação. Quando falamos de membros da família com idades e pontos de vista diferentes, o primeiro aspecto a ser levado em consideração pelos familiares que decidem trabalhar juntos é a forma de conversar.
Quando um assunto apresenta pontos nodais, isto é, situações muito difíceis de abordar, é importante observar quatro estágios. Em primeiro lugar, entender qual o contexto que envolve aquela conversa e porque está tão difícil conversar. Este momento chama-se observação e, é praticamente um diagnóstico da situação. O segundo aspecto é tentar identificar junto com as pessoas que estão conversando, qual o sentimento de cada um, onde está a sensibilidade daquelas narrativas e, a partir daí, estruturar um ambiente que leve as pessoas a terem consciência de suas emoções. Após essa fase, torna-se muito mais fácil olhar para a o terceiro estágio, real necessidade, o que de fato os interlocutores precisam.
Então, na identificação do que está acontecendo através da observação, sentimento e necessidade, pode-se chegar a uma possibilidade de resolução, onde um pedido é explicitado, e se diz o que realmente se quer. A conversa consegue ser, com certeza, mais efetiva.
O diálogo estruturado, consciente e com o acompanhamento de um mediador, ajudará na explicitação do problema, proporcionando uma resolução para o mesmo. Fundamentalmente, a ideia é sempre conversar. O diálogo é sempre bem-vindo em todas as situações. E, mais do que nunca, nas Empresas Familiares, o diálogo facilita as tomadas de decisões, contribuindo para a perenidade dos negócios.