SIMPLES ASSIM
Por Patrice Gaidzinski | em Novidades .
Gostaria de compartilhar algumas reflexões: será que foi preciso Marcelo Odebrecht ser preso para falar como Lula e Dilma estão envolvidos no esquema Lava Jato? Por que não denunciou antes?
São décadas de esquema entre governos e empreiteiros para construção de obras públicas. Norberto Odebrecht, fundador da empresa, cresceu seu negócio dessa forma. Emílio repetiu os passos do pai e Marcelo, neto do fundador, se criou nesse mundo onde tudo parecia “normal” e “sério”.
Lula e seu partido, entendendo como o poder dos militares e das grandes empresas se sustentavam, mentiram para o povo brasileiro abrindo concessões para pequenos empresários em “pequenas obras”: duplicação de BRs (rodovias), escolas públicas, hospitais municipais, pontes, viadutos, etc. E, dessa forma, receberam milhões de votos de um povo iludido por uma mentira planejada. Essas “pequenas obras” são as necessidades básicas e da rotina do povo brasileiro. Ou seja: as grandes obras da vida cotidiana.
Tudo esta aí: inacabado, mal feito ou nunca feito. Esses pequenos empresários, assim como o povo brasileiro, acreditaram que Lula e o PT estavam de fato acabando com monopólios e o povo estava sendo valorizado e atendido em suas necessidades básicas.
Porém, Lula e o PT aliaram-se às grandes e mesmas empreiteiras criticadas por eles, quando em outros governos, para construir “grandes obras”, principalmente fora do Brasil.
Lula, Dilma e seus governos são os grandes comerciantes, leia-se “lobistas”, dessas empresas no exterior em viagens diplomáticas e de intercâmbio comercial.
Volto, então, a questão inicial: por que foi preciso Marcelo Odebrech ter sido preso para ameaçar que vai contar como esse esquema funciona? Onde estão os valores das empresas? Onde estão os valores das empresas familiares, que por gerações orgulham-se de seu patrimônio e de seu legado institucional nas cidades, estados, países, que nascem e se expandem.
Acredito na seriedade e na evolução dos seres humanos. Acredito na força de trabalho e na capacidade de discernimento do povo brasileiro. Acredito nas empresas familiares compostas de famílias trabalhadoras e comprometidas com seus colaboradores, seus clientes, fornecedores e com toda a comunidade que esta inserida.
Não dá mais para as empresas serem reféns de governos, e o povo brasileiro refém de empresários gananciosos que se acham inatingíveis e poderosos. Que as empresas façam uma auto-avaliação de suas práticas. Que possamos, nesse momento de crise de liderança e gestão, buscar o que temos de melhor dentro de nós para superarmos tanta descrença nos valores de honestidade e seriedade, descrença nas empresas, nas famílias controladoras de seus negócios e no governo.
As instituições existem e estão nestes momentos subvertidas. Não temos que criar nada novo, apenas trazer à tona a subversão. Temos que fortalecer as empresas, as famílias, as empresas familiares e os governos – com honestidade e seriedade. Nada mais do que simplesmente trabalho honesto e sério, feito por gente honesta e séria. Simples assim.